sexta-feira, 29 de outubro de 2010

Os Silêncios

Não entendo os silêncios

que tu fazes

nem aquilo que espreitas

só comigo

Se escondes a imagem

e a palavra

e adivinhas aquilo

que não digo

Se te calas

eu oiço e eu invento

Se tu foges

eu sei não te persigo

Estendo-te as mãos

dou-te a minha alma

e continuo a querer

ficar contigo.



(Maria Teresa Horta)

Manoel Torga

SÚPLICA


Agora que o silêncio é um mar sem ondas,

E que nele posso navegar sem rumo,

Não respondas

Às urgentes perguntas

Que te fiz.

Deixa-me ser feliz

Assim,

Já tão longe de ti como de mim.



Perde-se a vida a desejá-la tanto.

Só soubemos sofrer, enquanto

O nosso amor

Durou.

Mas o tempo passou,

Há calmaria...

Não perturbes a paz que me foi dada.

Ouvir de novo a tua voz seria

Matar a sede com água salgada.